A menopausa é uma fase de grandes mudanças físicas e emocionais. Embora costumemos ouvir falar de afrontamentos, insónia ou alterações de humor, um dos aspetos que mais afeta o bem-estar — e sobre o qual menos se fala — é a diminuição do desejo sexual.

Se sente que o seu apetite sexual diminuiu ou até desapareceu, não está sozinha: até 60% das mulheres passam por esta situação durante a peri e a pós-menopausa. Compreender o que está a acontecer no seu corpo é o primeiro passo para se reconectar com o seu desejo e recuperar a sua plenitude íntima.

Por que a libido diminui na menopausa?

A libido feminina é um fenómeno multidimensional em que se entrelaçam hormonas, bem-estar físico e equilíbrio emocional. Por isso, a redução do desejo sexual raramente se deve a um único fator; geralmente é a combinação de vários elementos que devem ser abordados de forma integral.

1. O papel das hormonas sexuais: estrogénios e testosterona

• Déficit de estrogénios

A diminuição do estrogénio afeta tanto o humor quanto a saúde vaginal. A secura ou atrofia vulvovaginal pode tornar as relações dolorosas e, como consequência, diminuir o desejo.

• Diminuição da testosterona

Embora seja associada aos homens, a testosterona é fundamental para o desejo sexual feminino. Sua redução durante a menopausa influencia diretamente a libido.

2. O impacto da falta de sono e do stress crónico

• Stress e cortisol

Na perimenopausa, é comum um aumento do stress e do cortisol. Quando estes níveis se mantêm elevados, o corpo reduz a produção de hormonas sexuais: em «modo de sobrevivência», a libido passa para segundo plano.

• Insónia

Dormir mal altera o equilíbrio hormonal global. Sentir-se exausta ou sem energia faz com que o desejo sexual diminua naturalmente.

3. Fatores físicos e emocionais

Dor e desconforto

A secura vaginal, as ondas de calor ou mesmo as dores nas articulações podem dificultar o relaxamento, a excitação e o prazer da intimidade.

Imagem corporal e autoestima

As alterações de peso ou da distribuição da gordura corporal podem afetar a perceção que se tem de si mesma, influenciando a autoestima e a disposição para o encontro sexual.

Uma mudança importante: a FDA atualiza as advertências sobre a terapia hormonal

Nos últimos dias, a FDA iniciou o processo para retirar as advertências mais severas (“black box warning”) de mais de 20 medicamentos de terapia hormonal (HRT) usados para aliviar os sintomas da menopausa.

Esta decisão baseia-se numa revisão científica atualizada, avaliada por um painel de especialistas, e tem como objetivo permitir que mais mulheres possam beneficiar da terapia hormonal com segurança. Assim, promove-se uma abordagem mais personalizada, baseada em dados e na tomada de decisões partilhada com o profissional de saúde.

Esta mudança marca um novo paradigma: menos medo das advertências antigas e mais atenção às necessidades individuais, favorecendo um uso mais racional e seguro da TRH.

Os 5 pilares para recuperar a libido na menopausa

1. Abordar o problema físico: adeus à secura vaginal

• Hidratação local

Os hidratantes vaginais, usados regularmente, ajudam a recuperar a elasticidade e o conforto dos tecidos.

Lubrificação adequada

Os lubrificantes à base de água ou silicone, respeitadores do pH, são essenciais para evitar desconforto durante as relações.

2. Otimize o seu sono e controle o stress

• Rotinas de sono

Mantenha horários regulares e pratique uma rotina relaxante antes de dormir. Um bom descanso regula o sistema hormonal.

• Controle do stress

Atividades como caminhar na natureza, ouvir música ou praticar um hobby reduzem o cortisol e aumentam a dopamina, favorecendo o desejo sexual.

3. Nutrição: gorduras saudáveis e micronutrientes essenciais

• Gorduras boas

O corpo precisa de gorduras saudáveis — como abacate, azeite ou frutos secos — para produzir hormonas sexuais.

• Magnésio

Este mineral favorece o descanso, diminui o stress e contribui para o equilíbrio do sistema nervoso.

4. Movimento: ative o seu corpo sem o esgotar

Treino de força

Aumentar a massa muscular melhora a sensibilidade à insulina e o equilíbrio hormonal, o que favorece a libido.

Evite o cardio extremo

Treinos de alta intensidade prolongados podem elevar o cortisol e ser contraproducentes.

5. Reforce a conexão com o seu parceiro

Às vezes, a redução do desejo não se deve apenas à biologia, mas ao desgaste emocional ou relacional.

Redescubra o prazer

A intimidade vai muito além da relação sexual: massagens, carícias e beijos prolongados ajudam a reconectar-se com o corpo.

Comunicação aberta

Conversar com o seu parceiro sobre as suas sensações e necessidades fortalece a cumplicidade emocional e, com isso, o desejo físico.

Recomendações mais específicas

Para o conforto íntimo e a saúde das mucosas

• Cuidados internos

Suplementos com determinadas estirpes probióticas e vitamina B2 fortalecem a microbiota vaginal e mantêm as mucosas em bom estado.

Exemplo: Feminabiane Intima Confort Intime Cápsulas.

• Cuidados externos

Cremes protetores que hidratam e acalmam a zona íntima externa, ao mesmo tempo que respeitam a microbiota vulvar.

Exemplo: Feminabiane Intima Creme.

Para modular o stress e o estado de espírito

Adaptógenos como a Rhodiola ou o Açafrão ajudam a equilibrar o cortisol e a melhorar o humor.

Para o suporte hormonal e as mucosas

Os ómega-3, especialmente os EPA, ajudam a reduzir a inflamação e favorecem a síntese natural de hormonas sexuais.

Além disso, é aconselhável avaliar com um ginecologista a possibilidade de uma terapia hormonal personalizada quando os sintomas assim o exigirem.

Para um impulso direto do desejo sexual

Alguns extratos vegetais — como Tribulus, Damiana ou Feno-grego — têm sido associados a melhorias na libido feminina.

Exemplo: Libicare One.

Recuperar o seu desejo sexual é recuperar o seu bem-estar

A libido na menopausa pode renascer. Cada passo em direção a um melhor descanso, uma gestão emocional equilibrada e um maior cuidado corporal aproxima-a de uma vida íntima plena, livre de tabus e cheia de autoconhecimento.

O seu desejo não desapareceu: ele simplesmente precisa que você o ouça.

Nota explicativa

Este conteúdo tem fins informativos e divulgativos. Não tenho qualquer conflito de interesses com laboratórios farmacêuticos ou com as marcas mencionadas. As referências a produtos são orientativas e não implicam patrocínio ou promoção comercial.